Somos recepcionados por um pianista que deixa um certo clima farsesco no ar, e em seguida conduzidos pelas duas mãos por uma trupe incansável de cinco palhaços (sem narizes), melhor seria dito por cinco clowns, numa viagem sem fronteiras pelos limites do fim do mundo. Num primeiro momento, é relativamente difícil localizar-se (afinal de contas, qual é a trama?), mas passados diversos esquetes em que todos os integrantes (três homens e duas mulheres) assumem as mais diversas personagens, entende-se que o mundo acabou, que houve uma espécie de dilúvio, que a arca de Noé tornou-se realidade, e que arquétipos de todas as nações mais poderosas passaram a dividir para dominar o mundo. E nós, onde ficamos? Ocorre a falta de alimentos, e para aproveitar a situação surge um rei que come tudo, não deixando nada para todos. Após cenas de vritual canibalismo (pelo menos foi quase isso que entendi) e de extremos, como o líder da religião mundial deliciar-se com fezes, surge a viagem dos camaradas proletários em busca de um mundo onde encontrar uma saída, seja o inferno, o paraíso ou mesmo o reino do caos. Tudo termina com uma elegia à civilização que deveria achar uma saída, e em festa.
O desempenho dos integrantes da trupe Academia de Palhaços é magistral, poucos os momentos em que a peteca quase cai e muitos os momentos de empatia entre a equipe e o público, que assiste embasbacado a uma aventura conduzida com energia virtualmente inesgotável e repleta de momentos de bom humor, mesmo que às vezes claramente escatológico. Não há espaço para qualquer ilusão, tudo ocorre a olhos vistos à frente de todos, e o espetáculo clownesco mostra a que veio: a divertir, simplesmente.
Não conheço o texto original de Maiakovski, do que se infere que não posso julgar a tradução ou mesmo a adaptação, mas tudo parece a tal ponto atual que mal se crê possa ter se originado do começo do século. Um espetáculo extremamente divertido e em que ao olhar não é oferecido o menor descanso.
O desempenho dos integrantes da trupe Academia de Palhaços é magistral, poucos os momentos em que a peteca quase cai e muitos os momentos de empatia entre a equipe e o público, que assiste embasbacado a uma aventura conduzida com energia virtualmente inesgotável e repleta de momentos de bom humor, mesmo que às vezes claramente escatológico. Não há espaço para qualquer ilusão, tudo ocorre a olhos vistos à frente de todos, e o espetáculo clownesco mostra a que veio: a divertir, simplesmente.
Não conheço o texto original de Maiakovski, do que se infere que não posso julgar a tradução ou mesmo a adaptação, mas tudo parece a tal ponto atual que mal se crê possa ter se originado do começo do século. Um espetáculo extremamente divertido e em que ao olhar não é oferecido o menor descanso.
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