Surge a luz. Aparecem "personagens" ou "personas". Todos nos cantos de um cenário vazio, enquadrado por uma moldura retangular de aço. Os personagens entram. Pisam no espaço interno do retângulo e recitam as linhas do texto, o primeiro do teatro mundial. Perco-me na necessidade de dar sentido àquilo que perco, enquanto as falas continuam e permaneço perdido, sem saber a que lado elas se dirigem. Todos os personagens entram, o primeiro sendo uma mulher no fundo do palco, em falas que não são dramáticas por o "dramático" estar absolutamente fora de contexto. Num determinado momento, personagem masculino à esquerda revela a fala gravada num gravador de mão, criando contraste espaço-temporal. O tempo transcorre praticamente sem qualquer ação. Os personagens mal se mexem e quando falam é num registro contido, quase impessoal. Apaga-se a luz. Seria necessário rever e rever para principiar a entender. Não me ponho a criticar o cenário, mas ele com toda certeza estabelece a relação entre o plástico de hoje com o estético de ontem, do começo dos tempos do teatro.
Ésquilo, Os Persas (lido) Ésquilo, Prometeu Acorrentado (lido) Jacqueline de Romilly, A Tragédia Grega (lido, em parte) Anne Surgers, Scénographies du théâtre occidental (lido, começo)
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