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Amante (texto e direção Roberto Alvim)

a peça é curta - e pelo jeito isso motivou críticas de uns e outros. bobagem. a peça é do tamanho que deve ser.

narra-se o assassinato de uma empregada surda-muda pela patroa. entram em cena o marido, um detetive (?) e a própria. a peça transcorre nos solilóquios do marido e mulher, desvendando momentos do dia-a-dia do casal, alguns revelando a intimidade da mulher, outros os pensamentos dele, que pendula entre o espanto (embora ele disse ter ouvido o assassinato) e a culpa (de alguém, quem sabe dele). ele se mostra destruído.

os movimentos são quase nulos. a dramaticidade está presa ao falar. o texto é certeiro e em alguns pontos tocante. gravita o palco uma indefinição do que seja o convívio, o amor ou - menos - a simples convivência - até com a empregada estranha, que não podia resistir porque não podia discutir.

a empregada é achada em pedaços em trens. menos a cabeça. fica a incógnita como se fosse o final de um thriller. mas é bem mais que isso.

apesar disso, ouço brincadeiras do tipo "e afinal cadê a cabeça?" se o barulho no começo da temporada era por isso, pela duração da peça, desanimo. cansado de bobagem.

a peça me agrada. mas não surpreende. falo como leigo.



agradeço o convite da fernanda do club noir. se não fosse por ela, neca ulcineca.

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