é curioso o que experimento de vez em quando.
fui assistir uma peça de um amigo. um verdadeiro amigo.
tecnicamente, a peça funciona. as coisas acontecem, os atores atuam, os desenlaces ocorrem.
mas é tudo péssimo. desculpe, querido, mas é assim que eu vi.
tudo, por quê? porque, agora que aprendi alguma coisa, as emoções são caricatamente mostradas. há um esgar de sofrimento constante no protagon...ista, como se ele já nos dissesse tudo. tudo ocorreu há muito em nossa mente. não há o menor espaço para a surpresa. a primeira cena já diz tudo, tudo mesmo.
não entrarei em detalhes quanto a um ou outro ator ou atriz, não quero ser insensível. não é culpa deles. eles simplesmente fazem teatro-escola, não pesquisam, não percebem o quão primitivo é isso que fazem. talvez seja a cultura televisiva. talvez seja a impressão equivocada de que a emoção precisa ser expressa. ou seja, de que acima de tudo é necessário atuar. chorar para mostrar tristeza. franzir as sobrancelhas para mostrar divisão íntima, sofrimento contido. fazer gestos de sordidez para mostrar sordidez. certos desempenhos realmente me causaram nojo. mas não é culpa deles. não mesmo.
agora vou dizer algo que deixa o que pensar.
pois bem, as cenas transcorriam. a história avançava. de repente, surge um travesti. é quebrada a quarta parede. ele deixa o telefone - ao que parece - com um espectador. tudo vira uma festa. convidam-nos a dançar. a garota pergunta se estou gostando. digo que sim, e não minto. as pessoas voltam aos seus lugares e as cenas continuam. o desenlace ocorre. fim.
tudo completamente previsível desde a primeira cena.
mas eis que acabo gostando. como é? pois então, chego ao final de tudo satisfeito. não sei por quê. se no meu íntimo achei tudo, todo o teatro, sofrível, por outro lado não fiquei de mau humor, como normalmente fico quando vejo merda. não. aplaudo sinceramente ao final. aplaudo os atores, aplaudo a travesti, aplaudo a iniciativa. como é estranho, tudo isso. mas é como aconteceu. ao final, cumprimento os atores e atrizes. gosto especialmente de uma, cujo desempenho não foi destaque, mas não digo nada. não sei se realmente vi algo nela de interessante. sei lá. ela é bonita, isso é certo.
percebo que um teatro mal feito não necessariamente desagrada. percebo que a mediocridade pode agradar amplamente. os outros não percebem? pode ser. fato é que não me deixo contaminar por meu criticismo. ele fica lá atrás.
algo interessante, aqui.
fui assistir uma peça de um amigo. um verdadeiro amigo.
tecnicamente, a peça funciona. as coisas acontecem, os atores atuam, os desenlaces ocorrem.
mas é tudo péssimo. desculpe, querido, mas é assim que eu vi.
tudo, por quê? porque, agora que aprendi alguma coisa, as emoções são caricatamente mostradas. há um esgar de sofrimento constante no protagon...ista, como se ele já nos dissesse tudo. tudo ocorreu há muito em nossa mente. não há o menor espaço para a surpresa. a primeira cena já diz tudo, tudo mesmo.
não entrarei em detalhes quanto a um ou outro ator ou atriz, não quero ser insensível. não é culpa deles. eles simplesmente fazem teatro-escola, não pesquisam, não percebem o quão primitivo é isso que fazem. talvez seja a cultura televisiva. talvez seja a impressão equivocada de que a emoção precisa ser expressa. ou seja, de que acima de tudo é necessário atuar. chorar para mostrar tristeza. franzir as sobrancelhas para mostrar divisão íntima, sofrimento contido. fazer gestos de sordidez para mostrar sordidez. certos desempenhos realmente me causaram nojo. mas não é culpa deles. não mesmo.
agora vou dizer algo que deixa o que pensar.
pois bem, as cenas transcorriam. a história avançava. de repente, surge um travesti. é quebrada a quarta parede. ele deixa o telefone - ao que parece - com um espectador. tudo vira uma festa. convidam-nos a dançar. a garota pergunta se estou gostando. digo que sim, e não minto. as pessoas voltam aos seus lugares e as cenas continuam. o desenlace ocorre. fim.
tudo completamente previsível desde a primeira cena.
mas eis que acabo gostando. como é? pois então, chego ao final de tudo satisfeito. não sei por quê. se no meu íntimo achei tudo, todo o teatro, sofrível, por outro lado não fiquei de mau humor, como normalmente fico quando vejo merda. não. aplaudo sinceramente ao final. aplaudo os atores, aplaudo a travesti, aplaudo a iniciativa. como é estranho, tudo isso. mas é como aconteceu. ao final, cumprimento os atores e atrizes. gosto especialmente de uma, cujo desempenho não foi destaque, mas não digo nada. não sei se realmente vi algo nela de interessante. sei lá. ela é bonita, isso é certo.
percebo que um teatro mal feito não necessariamente desagrada. percebo que a mediocridade pode agradar amplamente. os outros não percebem? pode ser. fato é que não me deixo contaminar por meu criticismo. ele fica lá atrás.
algo interessante, aqui.
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