Fui assistir esta peça convidado por um amigo que nela atua.
Tão logo vi o ator estirado na cama vislumbrei um sentido. Ele é gay e não sabe. Os gestos remetem a isso, sua delicadeza também, a relação com a mãe e o trato com os colegas, idem. Acredito ter avançado demais. Não poderá ser somente isso.
Mas é.
A peça se passa em três planos. O quarto do rapaz. Um local público em que ele encontra a namorada e os amigos nem tão amigos. Um local bem próximo do público: o local (virtual) da descoberta.
Os atores interpretam. A garota mostra nervosismo - está nervosa. O sujeito banca o preconceituoso e irritante - só falta tirar a língua para fora. A amiga banca a intrometida. As saídas para mostrar isso são óbvias.
Irrita-me tanta obviedade. Quero ver mais. Não é possível que seja só isso.
Num dado momento, entra um sujeito travestido, rompe a quarta parede, passa a declamar um texto decorado ou improvisado e a cantar. Dá o telefone a um espectador, dizendo como ele é lindo. Num dado momento, chamam a dançar. Alguns vão - eu, inclusive. Não desgosto.
A peça continua e pronto, é anunciado o romance homossexual. Todos compreendem. Fim.
Não posso dizer que tenha saído irritado. Não é verdade. Mas aprendi algo, creio. Nesse algo está em que espetáculo sincero nunca desagrada de todo. Mas nesse algo há também que não posso mais aturar diletantismo. Puxa, vamos aprofundar-nos, pessoal. Vamos entender o que é atuar. Não podemos ficar no teatro-escola para sempre, poxa. Meu amigo faz uma bicha afetada, e ela também me irrita. Não teria como lhe dizer o quanto isso se dá em mim.
Ficam estas poucas palavras.
Não saio porém de todo insatisfeito. A mensagem de compreensão é viável. Algo se salva. Só não sei bem o quê.
Tão logo vi o ator estirado na cama vislumbrei um sentido. Ele é gay e não sabe. Os gestos remetem a isso, sua delicadeza também, a relação com a mãe e o trato com os colegas, idem. Acredito ter avançado demais. Não poderá ser somente isso.
Mas é.
A peça se passa em três planos. O quarto do rapaz. Um local público em que ele encontra a namorada e os amigos nem tão amigos. Um local bem próximo do público: o local (virtual) da descoberta.
Os atores interpretam. A garota mostra nervosismo - está nervosa. O sujeito banca o preconceituoso e irritante - só falta tirar a língua para fora. A amiga banca a intrometida. As saídas para mostrar isso são óbvias.
Irrita-me tanta obviedade. Quero ver mais. Não é possível que seja só isso.
Num dado momento, entra um sujeito travestido, rompe a quarta parede, passa a declamar um texto decorado ou improvisado e a cantar. Dá o telefone a um espectador, dizendo como ele é lindo. Num dado momento, chamam a dançar. Alguns vão - eu, inclusive. Não desgosto.
A peça continua e pronto, é anunciado o romance homossexual. Todos compreendem. Fim.
Não posso dizer que tenha saído irritado. Não é verdade. Mas aprendi algo, creio. Nesse algo está em que espetáculo sincero nunca desagrada de todo. Mas nesse algo há também que não posso mais aturar diletantismo. Puxa, vamos aprofundar-nos, pessoal. Vamos entender o que é atuar. Não podemos ficar no teatro-escola para sempre, poxa. Meu amigo faz uma bicha afetada, e ela também me irrita. Não teria como lhe dizer o quanto isso se dá em mim.
Ficam estas poucas palavras.
Não saio porém de todo insatisfeito. A mensagem de compreensão é viável. Algo se salva. Só não sei bem o quê.
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