Pular para o conteúdo principal

renatinha

a renatinha (gouveia) é ótima.
todo mundo percebe isso facilmente. ela estoura no palco. ela tem punch, eu diria.
na bestas mortes, a rê fez um papel em que precisava gargalhar sem parar por muitos minutos. e todo mundo sabe o quanto duram os minutos em ocasiões desse tipo. horas.
mas ela aguentou, sempre aguentou. uma noite ela me contou alguns de seus problemas para manter o riso. mas nunca deu para notar. a gente passou a achar que as risadas eram reais, não gargalhadas criadas para uso em cena. por isso todo mundo caía na risada durante os ensaios. a gente entrava na situação.
mas seria injustiça dizer que a rê só sabe ou soube fazer isso durante a oficina.
mentira. seria mentira dizer isso porque, pelo que me lembro, nenhuma de suas cenas não foi aprovada pela direção. acredito que tenha sido a única pessoa com que isso aconteceu.
a rê é de goiás. ela trabalha com produção e faz wolf maia. ela se dedica para caralho e sempre dá para notar seu profissionalismo. ao contrário de outros que passam essa impressão, ela se prepara discretamente, faz uns trejeitos brincando, mas nunca brinca em serviço.
ela fez aniversário e eu fui. mas tímido como só eu mesmo, não me animei a entrar nos parlapa. fiquei mais de oito horas no carro dormindo. acreditam? meu, cheguei às 20h e saí às 4h!! nunca isso aconteceu comigo. a rê disse que a festa foi bárbara. pena que fui mas não fui.
agora, enquanto escrevo, bem sei que a rê está de alguma forma se preparando. se passar no cptzinho, para o curso. se não, para outra saída. ela claramente tem objetivos, e deve cumpri-los. para que isso aconteça, ela não precisa de nada. ou quem sabe apenas de sorte.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm...

4.48 Psicose (peça de Sarah Kane, tradução de Laerte Mello)

Há realmente algo de muito estranho e forte nesta última peça da Sarah Kane. E não é porque ela se matou em seguida, aos 28 anos. O assunto é claro desde o começo: uma depressão mortal. É como se fosse um testamento. Muitos lados da questão são expostos de forma esparsa - não sei se todos nem se isso afinal é possível -, e ao final da leitura a gente fica com um sabor amargo na boca. Dá vontade de reler, muito embora passe o desejo de decifrar. Isto torna-se secundário, aqui. Há algo que permanece, e creio que isso se deva à qualidade do que é feito e à integridade do que é dito. Pego por exemplo, já na primeira página: "corpo (...) contém uma verdade que ninguém nunca fala". É óbvio do que se trata: da extrapolação do fisiológico, de uma lógica de que por mais que se tente diagnosticar "nunca se fala". Abre-se uma porta à compreensão disso que não sabemos muito bem o que é. A força de "Lembre-se da luz e acredite na luz/ Um instante de claridade antes da ...

Retorno

Volto a me aproximar do teatro. Heiner Muller diz mais a mim do que quase todos, pelas experiencias de vida. A cenografia hoje me parece distante, quase artificial demais. Shakespeare eu tenho de decifrar, e isso me incomoda. Prefiro outras traducoes das que tenho. O cinema me atrai pelas possibilidades, mas me parece falseado, pouco documentado, distante do real.