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superfície

ontem assisti duas leituras para teatro.
"nem aqui, nem lá", do cássio pires, com o pessoal do Faroeste, lá na rua do triunfo.
"quarenta peças", de victor nóvoa, no ccbb. (este, cheguei tarde, só peguei uma das três)
logo devo escrever minhas breves impressões, mas preciso compartilhar algumas coisas que me deixaram estranhado.
recebido com efusão pelo paulo faria, do Faroeste, e após trocar breves ideias com o cássio, embarquei na trama da peça. como já disse, comentarei a leitura depois, mas aqui compartilho o seguinte. em certos momentos, um dos personagens conta histórias curtas. cara, vcs não imaginam, a tal ponto me deixei levar por elas que quase fugi realmente do todo. fiquei imerso por algo que não sei o que foi. a tal ponto que depois da leitura eu não sabia, realmente não sabia, o que pensar.
lá no ccbb, a peça do nóvoa foi apresentada pelo pessoal do bartolomeu, schapira, eugenio, roberta, luáa e outros com quem tanto compartilhei momentos no começo do ano. a roberta me conta quando vai ser o último zap e vamos lá. pois então. era uma leitura encenada. não consegui entrar. tentei, tentei, estava preso ao presente. os recursos de idas e vindas foram bem-vindos, mas ao final eu não sabia o que havia restado de tudo o que vira. ficou a impressão de encenações cômicas de personagens ironicamente tratados. de novo, permaneci na superfície.
na hora das perguntas, eu tinha uma, mas o tempo não deu e ficou por isso mesmo.
estranho que esteja ficando cada vez mais na superfície. será influência do warhol?

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