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Oresteia 2 (de Ésquilo, direção Roberto Alvim)

Clitemnestra já matara Agememnon e agora haveria de ter essa morte vingada. Seu filho Orestes retorna como estrangeiro e a mata. Em suma, a trama é só essa.

Alvim posta seus atores todos no interior do retângulo das peças do Peep Classic. Pela primeira vez, eles não entram e declamam. Estão todos presentes, cada um determinando uma acepção àquilo que é dito e fazendo a trama girar, enquanto Orestes chega e finca seus pés no pescoço da própria mãe.

A morte se dá sem movimento nem gritos de sofrimento. Ela passa enquanto a trama continua. De repente, deparamo-nos com o rosto de Clitemnestra ensanguentado e com a presença soturna do filho. Enquanto este lamenta seu destino, a mãe, já morta, como que o saúda.

Ao final, numa luz que provoca os olhares, Orestes discorre sobre seu infortúnio. E tudo termina como que num êxtase de vingança. A primeira vingança matricida da literatura teatral da história.

É lindo.

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