Peguei o filme emprestado com a Lê para utilização na oficina do Loureiro, prioritariamente.
Confesso que não estava muito animado: eu não gosto de sacadas, tipo filme com muitos diretores, temáticos, etc. Mas entrei nessa.
Não tenho a menor ideia de quem dirigiu o quê (devem ser todos diretores já famosos em seus respectivos países e mercados). Mas assistindo todos em sequência reparei que o amor (de homem e mulher) está praticamente no centro de todos eles. São tratamentos bem sutis e singelos, com atores que mandam bem.
A quem não sabe, são 12 curtas de 5 minutos cada (não conferi). São, como o título bem diz, histórias em que o pano de fundo é a cidade. Os curtas são entremeados por imagens genéricas e os personagens, como já virou clichê, transitam entre as histórias. Há diálogos (refiro-me a cenas, não a diálogos escritos) entre personagens de histórias diferentes, mas tudo tratado de forma não-forçada.
Essas são as impressões gerais. Na prática, as cenas começam com muito texto. A cena do garoto que dá em cima da amante de um cara meio durão parece uma máquina azeitada, conduzindo nossa atenção de surpresa em surpresa. Se assim fosse o tempo todo, seria meio exigente demais para quem assiste. Mas não é isso o que acontece, embora a história a seguir continue nesse esquema - uma envolvendo a Natalie Portman e um indu, cena aliás muito mais envolvente que exigente. Tudo muito bonito.
Com o passar do tempo, fui entrando desapercebido nas tramas e me emocionando cada vez mais com elas. Houve um momento em que precisei parar para tomar um ar, de tão envolventes que são as tramas. Vieram-me cenas pessoais, recordações, uma penca de material psíquico que me acompanha na vida e que gostaria de tratar em imagem.
Não sei se cabe, mas parece que o filme acalma tão logo se aproxima do fim. Não me sinto mais agoniado em não conseguir acompanhar as falas. Aceito esse ponto de vista romântico sobre a cidade de Nova York. Embarco bem.
Vale a pena.
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