Mulheres (de: Charles Bukowski, adaptação: Mário Bortolotto; Grupo Cemitério de Automóveis, última apresentação)
Muitos estranham que eu tenha sido o recordista absoluto em assistir esta peça do grupo do Marião. Não entendem por quê. Nem eles, na verdade. Antes desta última apresentação, inclusive, o próprio Marião, o Gabriel, o Batata e o Pablo meio que me "tiravam" questionando quantas vezes eu fiz parte da platéia. Foram oito vezes. Mais que todos os outros concorrentes - aqui, 5, acolá, 6.
Esta vez assisti a peça do Buk lá de cima, para não pegar lugar na plateia e também para variar. Amei.
Desta vez eu podia ver a peça meio que por dentro. Desde o começo, quando o Chinaski-Marião declama aquele poema rastaquera até as passagens das atrizes, fazendo as vezes de ligar para o Chinaski e de personagens de baixa estirpe discutindo sobre cerveja e outros detalhes. Eles apareciam praticamente ao meu lado. Foi muito legal.
Mas mais legal ainda foi reparar como a plateia reagia de forma inusitada a detalhes de interpretação que me escapavam. Houve momentos em que todos, TODOS realmente, reagiam com risadas em momentos que eu não conseguia entender, em que não parecia haver nada a respeito do que seria possível rir. Mas eles riam. Eu não entendi. Fiquei boquiaberto ao reparar quantas vezes isso acontecia bem à minha frente.
Linha geral, contudo, tudo transcorreu como antes. Os pontos ressaltados sempre atribuindo valor ao personagem que acabava enriquecendo a cena, sempre como antes. Praticamente nada mudou. Eu confesso: precisei assistir à peça pela oitava vez por, simplesmente falando, SAUDADE. Não consigo ainda me convencer de que não irei mais ver esses personagens aqui comigo. Não consigo. Mas é a realidade.
Agora não posso mais tentar convencê-los a ver essa que foi mais uma superprodução da turma do Marião. Mas posso dizer-lhes que agora a luta é outra, e que lá pretendo estar de novo. Mais uma vez.
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