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algumas impressões sobre a ópera dos vivos, da companhia do latão

foram quatro partes.
"sociedade mortuária, uma peça camponesa".
brecht puro. faz-me sentir bem, por mais estranho que isso possa parecer.
ironias certeiras, necessário posicionar-se. lembro-me da eca, dos filmes e aulas sobre as ligas camponesas. obrigatório entender o que se passou. sim, obrigatório embora chato. sinto-me bem ao fim do ato. tudo começa a fazer sentido. leva-me a querer me aprofundar - em tudo, marx, golpe, ligas, etc.
"tempo morto - um filme sobre o golpe".
algo de canhestro naquilo que expressam as filmagens. parece uma versão b do terra em transe. ou uma visão apocalíptica daquilo que mal aconteceu. o distanciamento não aparece, aqui, agora. fica uma impressão de déja-vu tosco, mal ajambrado. a ilusão brechtiana (sei que há algo de contraditório aqui, mas é como posso me expressar) parece cair de vez. não consigo levar a sério. alcançamos um ponto de no return.
"privilégio dos mortos"
encenação de show que não convence. não entendo a que tudo isso se refere. terei de ler o programa? terei de lembrar de personagens que não fazem parte de minha história? a queda em direção ao senso comum continua, afasto-me cada vez mais do objetivo que me fez comparecer ao espetáculo. o final, com papéis sendo jogados ao palco, é realmente patético. não gosto desse tipo de gritaria que se quer profunda.
"morrer de pé"
uma crítica à tv. mais agilidade, mas a suposta profundidade da reflexão deixa a dever. nada que uma breve leitura de qualquer leitura marxista poderia fazer supor. personagens fátuos, que não me acrescentam em nada. algumas pitadas de ironias ou quase-reflexões que deixam alguma marca. uma remissão a nietzsche, pelo menos.
logo farei resenha-crítica mais fundada em razões do que em impressões, como eles devem precisar desejar.

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