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sobre uma pessoa que diversas vezes encontrei por aí

não resisto.
ontem, fui assistir à ópera dos vivos, da companhia do latão.
voltando no tempo.
eu trabalhava no guia rural e o sérgio de carvalho fazia frilas para a revista.
uma noite ele me convidou para uma festa. fui mas como sempre me isolei.
outra noite encontrei o sérgio e uma garota na premiere do lamarca, o filme.
eu trabalhava no pelé.net e o sérgio já lidava com teatro. numa passada dele por lá, ele me disse que eu devia assistir uma peça do gerald. fui.
outra vez ele me convidou a assistir ensaio, acho, do latão. saí irritado, tanto burguesinho falando de operariado.
outra noite, há alguns anos, fui assistir peça do latão, já consolidado, e saí sem saber o que achar. mas achei chato.
ontem, a iná camargo costa lá, muito simpática, o sérgio aparece de repente e diz, brincando, a um sujeito chamado daniel, mas você aqui!!!!
não o encontrei mais.
acho esse negócio de purismo um porre. de purismo à la brecht, no caso. mas entendo o porquê.
espero que não seja somente o teatro que ficou chato.


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