Pular para o conteúdo principal

"Porque dói quando você não está aqui" (texto e direção: Antoniela Canto)

Assisti à peça curta, estreia da Toty como dramaturga (direção, não sei se foi a estreia), da segunda vez que passou no Quintas em Cena, festival mensal do Cemitério de Automóveis.
A Toty, para quem não sabe, é atriz da Cia. La Plongée e sócia do Marião, outros amigos/as e outros colegas da companhia no Teatro Cemitério (Frei Caneca, 384).
A peça foi bem curta e focada em grande parte no texto. Este, aliás, primeiro da Toty, tem a indisfarçável influência do Lucas Mayor, dramaturgo da La Plongée e também sócio do local. O Lucas, como vários devem saber, escreve peças com estilo impecável e aguçada ironia quase sempre ligada a fatos da cultura e arte em geral.
A história da peça é o convite, pela personagem da Patrícia Vilela, à amiga (vivida pela Toty), ao seu apartamento. Tudo gira em torno do por que do convite, justo à personagem da Toty que não quer mais excessos, que busca o isolamento, que quase busca a morte em vida. Ao final, a resposta fica para ser criada pelo espectador e confesso que eu boiei. Ou não entendi que o título diz tudo. Porque dói quando você não está aqui. Lindo, não?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c