Como o livro também brevemente comentado de Rodrigo Naves, Paulo Venâncio Filho, também um crítico de arte de costumeira presença no meio, faz sua contribuição nesta coletânea de artigos os mais diversos com a arte moderna, conceitual e contemporânea como mote.
Venâncio abre a primeira parte do livro com um artigo, "Lugar nenhum: o meio de arte no Brasil" - que ainda será esmiuçado -, no qual como que faz um panorama - deslocado em mais de três décadas (pois foi feito em 1980) - do mercado de artes plásticas neste país que é tudo menos expressionista (tema do segundo artigo dessa primeira parte). Deixo este artigo para outra ocasião, dado ser necessário decifrá-lo antes de comentá-lo (claro).
Já o segundo artigo não, ele é plenamente passível de comentário.
É engraçado, sei bem a que o expressionismo como movimento estético se refere. Tanto sei que percebo certa queda dos meios teatrais mais antenados por ele - como se ele não tivesse ainda sido incorporado à nossa linguagem toda particular. É justamente a isso que o artigo se remete: ao fato de o expressionismo, aqui, não ter tido nenhum admirador criador, exceto Anita Malfati, numa ocasião especial que para ele foi passível de muitas restrições - dado Venâncio classificar seu expressionismo (de Malfati) como meio envergonhado. Para ele, os eventuais defensores aqui neste território foram, na verdade, Segall e Goeldi, ambos imigrados, ambos já chegando com a cabeça feita - a tal ponto que jamais se renderam à forma costumeira pela qual nós, brasileiros aqui nascidos ou aqui descansados, no fundo o desautorizamos. Pois é a isso que o artigo no fundo se refere: a uma incompatibilidade de gênios entre o expressionismo e o Brasil, incompatibilidade resultante em última instância de nossa mediocridade de espírito. Será? Pode bem o ser. Mas isso requererá mais leituras, ainda.
Claro, eu sei: chega a ser mal-educado dizer "mediocridade de espírito", ok. Entendo. Mas é isso o que se infere do artigo, nada mais, nada menos. Concorda quem quiser.
O próximo artigo do crítico é sobre Tarsila, com seu Abaporu, e Goeldi, com seus quadros sem nome nem data. É claro que ainda, em defesa do chamado expressionismo local, Venâncio faz o último vencer a parada. No fundo o que o crítico faz é classificar como limitada, inclusive metafisicamente falando, a tela de Tarsila, admitindo porém sua importância em tentar decifrar o local, o regional ou mesmo o nacional. Para Venêncio, só Goeldi porém vai mais além. Ao ponto em que termina dizendo que nosso real fantástico é a Vontade da Ordem. Interessante e só por isso mais um mote a quem sabe aprofundar. Lendo Nietzsche? Quem sabe.
Venâncio abre a primeira parte do livro com um artigo, "Lugar nenhum: o meio de arte no Brasil" - que ainda será esmiuçado -, no qual como que faz um panorama - deslocado em mais de três décadas (pois foi feito em 1980) - do mercado de artes plásticas neste país que é tudo menos expressionista (tema do segundo artigo dessa primeira parte). Deixo este artigo para outra ocasião, dado ser necessário decifrá-lo antes de comentá-lo (claro).
Já o segundo artigo não, ele é plenamente passível de comentário.
É engraçado, sei bem a que o expressionismo como movimento estético se refere. Tanto sei que percebo certa queda dos meios teatrais mais antenados por ele - como se ele não tivesse ainda sido incorporado à nossa linguagem toda particular. É justamente a isso que o artigo se remete: ao fato de o expressionismo, aqui, não ter tido nenhum admirador criador, exceto Anita Malfati, numa ocasião especial que para ele foi passível de muitas restrições - dado Venâncio classificar seu expressionismo (de Malfati) como meio envergonhado. Para ele, os eventuais defensores aqui neste território foram, na verdade, Segall e Goeldi, ambos imigrados, ambos já chegando com a cabeça feita - a tal ponto que jamais se renderam à forma costumeira pela qual nós, brasileiros aqui nascidos ou aqui descansados, no fundo o desautorizamos. Pois é a isso que o artigo no fundo se refere: a uma incompatibilidade de gênios entre o expressionismo e o Brasil, incompatibilidade resultante em última instância de nossa mediocridade de espírito. Será? Pode bem o ser. Mas isso requererá mais leituras, ainda.
Claro, eu sei: chega a ser mal-educado dizer "mediocridade de espírito", ok. Entendo. Mas é isso o que se infere do artigo, nada mais, nada menos. Concorda quem quiser.
O próximo artigo do crítico é sobre Tarsila, com seu Abaporu, e Goeldi, com seus quadros sem nome nem data. É claro que ainda, em defesa do chamado expressionismo local, Venâncio faz o último vencer a parada. No fundo o que o crítico faz é classificar como limitada, inclusive metafisicamente falando, a tela de Tarsila, admitindo porém sua importância em tentar decifrar o local, o regional ou mesmo o nacional. Para Venêncio, só Goeldi porém vai mais além. Ao ponto em que termina dizendo que nosso real fantástico é a Vontade da Ordem. Interessante e só por isso mais um mote a quem sabe aprofundar. Lendo Nietzsche? Quem sabe.
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