Vêm ocorrendo várias novidades em minha vida.
Mas não irei comentá-las. Porque não importam. Essas que poderiam dizer que fazem as vezes de divisores de águas não o são, realmente. Ao menos para quem sabe viver.
Prefiro comentar os ensaios de anteontem.
Pois os de ontem me deixaram meio ressabiado.
Refiro-me aos ensaios das Garotas do Contrera. Porque os ensaios com o Marião sempre são bárbaros dado todo o aprendizado.
Anteontem, então.
A Cris e a Rebeca estavam me esperando lá no fundo do bar. Estavam à vontade. Parecia que já haviam encarado o texto. Não sei se o haviam.
Eu cheguei meio esbaforido e comentei diversas coisas - das quais mal me lembro.
Mas, pelo bem ou pelo mal, começamos.
Eu as interrompi diversas vezes. Disse-lhes que tudo estava metronomizado, monótono, que as personagens não apareciam. Que a personagem da Cris me passava uma antipatia que me irritava. Que diversas falas poderiam assumir propriedades mais ambíguas ou relevantes. Elas me ouviam e sempre me dizem que o que eu digo faz a diferença. Aprendemos muito. Vi que a cena pode atingir alturas que até então - até aquele dia - eu não conseguia ver. Realmente. Sinto que com o tempo fico mais exigente comigo e com elas. Que me canso facilmente com teatro mal feito. Que não aguento mais lenga-lenga inexpressiva.
Depois, com a Val.
Interrompo muito mais.
Digo-lhe o que parece sem graça.
Digo-lhe potencialidades escondidas nas frases.
Dou-lhe exemplos de movimentos e gestos e tons de voz mais ambíguos e relevantes.
Em certo momento, morremos de dar risada. Ela assume - sem o querer mas INTEIRAMENTE de acordo com o personagem - postura que passa uma ideia muito engraçada, cômica até. Digo-lhe para que note nisso. E ela nota. Ela parece transfigurada no final. Parece que enfrentamos uma maratona de subjetividade que parece nos levar a algum lugar quase estranho mas inteiramente expressivo. Leio Tarkovski e reparo como estamos de acordo.
Mas não irei comentá-las. Porque não importam. Essas que poderiam dizer que fazem as vezes de divisores de águas não o são, realmente. Ao menos para quem sabe viver.
Prefiro comentar os ensaios de anteontem.
Pois os de ontem me deixaram meio ressabiado.
Refiro-me aos ensaios das Garotas do Contrera. Porque os ensaios com o Marião sempre são bárbaros dado todo o aprendizado.
Anteontem, então.
A Cris e a Rebeca estavam me esperando lá no fundo do bar. Estavam à vontade. Parecia que já haviam encarado o texto. Não sei se o haviam.
Eu cheguei meio esbaforido e comentei diversas coisas - das quais mal me lembro.
Mas, pelo bem ou pelo mal, começamos.
Eu as interrompi diversas vezes. Disse-lhes que tudo estava metronomizado, monótono, que as personagens não apareciam. Que a personagem da Cris me passava uma antipatia que me irritava. Que diversas falas poderiam assumir propriedades mais ambíguas ou relevantes. Elas me ouviam e sempre me dizem que o que eu digo faz a diferença. Aprendemos muito. Vi que a cena pode atingir alturas que até então - até aquele dia - eu não conseguia ver. Realmente. Sinto que com o tempo fico mais exigente comigo e com elas. Que me canso facilmente com teatro mal feito. Que não aguento mais lenga-lenga inexpressiva.
Depois, com a Val.
Interrompo muito mais.
Digo-lhe o que parece sem graça.
Digo-lhe potencialidades escondidas nas frases.
Dou-lhe exemplos de movimentos e gestos e tons de voz mais ambíguos e relevantes.
Em certo momento, morremos de dar risada. Ela assume - sem o querer mas INTEIRAMENTE de acordo com o personagem - postura que passa uma ideia muito engraçada, cômica até. Digo-lhe para que note nisso. E ela nota. Ela parece transfigurada no final. Parece que enfrentamos uma maratona de subjetividade que parece nos levar a algum lugar quase estranho mas inteiramente expressivo. Leio Tarkovski e reparo como estamos de acordo.
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