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a matéria que saiu na folha esta quinta toca num tema abordado en passant por lehmann
qual seja, o anacronismo combinado com a necessidade do teatro nos dias de hoje
o teatro é anacrônico - não parece acompanhar a evolução dos mídia
o teatro é necessário - busca experiências que os outros media não conseguem oferecer
daí a pós-dramaticidade. ao que parece, é daí que ela surge, digamos, fenomenologicamente
sua necessidade
ocorre que no livro o sérgio carvalho já parte pela desqualificação
e só é possível abordar o tema com mais calma sopesando os fatores
sob tal ponto de vista, e concordando com cronin e outros (como janvier), beckett seria o último dos modernos
em que o texto é o centro
em que a cena se mantém, ao menos sob sua forma primeva
mas em que o atomismo, o anti-individualismo, a distância ocorrem pela primeira (?) vez de forma sistemática - e portanto, assim sendo, em que retêm a atenção
sai-se de beckett respirando algo que supera os séculos XIX e anteriores, mas que bebe das consequências do XX.
o que se pode esperar dele, sob tal ponto de vista, em comparação com abordagens multimídia, que parecem porém descansar, em grande medida, em pressupostos ainda mais antiquados? espera-se uma superação não encontrada? melhor optar pela ruptura, tal como ocorreu? acreditar ainda nos meios propostos pelo irlandês meio francês?

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