Venho revendo de forma quase sistemática as peças de Ésquilo encenadas no Club Noir e dirigidas por Roberto Alvim. Por quê será? Tendo a crer que é pela gravidade do que é dito, pela relevância do que permanece em mim após a encenação ou pela forma pela qual o Alvim impõe sua forma de interpretar essas obras eternas.
Sei apenas que, se fosse apenas por sentir o que sinto quando gritos são lançados ao ar ou pela impressão que me atinge quando a palavra é momentaneamente cortada por algum artifício cênico ou pelos tênues movimentos dos intérpretes que tanto mostram dizer, eu realmente voltaria vezes e mais vezes. Não nego que em Os Persas a dor de Xerxes me comoveu profundamente, e que neste Sete contra Tebas algo similar se dá no momento do grito de uma das duas mulheres em cena ou quando, agora sendo mais sutil, a batalha mostra se dar sem nada acontecer – ou quase nada. Recursos que me fazem perder a respiração.
Gostaria de poder contar com tempo e recursos para passar o dia todo assistindo e reassistindo a encenações que me abrem os olhos, mas infelizmente não é isso que ocorre. Mas lhes digo que, se vocês forem assistir a peça, talvez nos encontremos novamente por lá, sim.
Comentários