eu sou extremamente tímido. e temo em especial pelas consequências de atos que eu possa vir a verbalizar e que - sem o saber, ou sem passar pelo diálogo - possam incomodar alguém.
por isso, tenho muito receio em sugerir qualquer mínima coisa, gesto ou atitude.
digo isso porque não consigo verbalizar, às pessoas que me rodeiam que para mim a distância entre ficção e realidade, literatura e palavra, gesto interpretado e gesto real é ínfima, quase composta apenas de ar.
por isso, sempre que me vejo nessa situação, gosto de transitar entre palco e plateia, teatro e bar (quando tem um bar), ficção e realidade. isso acaba perturbando alguns, incomodando os responsáveis pela peça como um todo, abrindo portas que não devem ser abertas.
mas sou disciplinado. antes da peça, é preciso concentrar-se, passar as cenas, aliviar as cordas vocais, alongar-se e fazer isso que o eldo chama de aquecimento leonino. faço e me contento com isso.
claro que tem o outro lado.
enquanto vivo, converso com gentes, encontro amigos, resolvo problemas, sinto como se tudo não passasse de mais uma ficção. não que eu interprete - assim como na peça, em que não me sinto interpretando, apesar de fazê-lo. simplesmente não se aplica, para mim, essa notação de realidade. real, é real. mas uma ficção.
essa sensação, porém, é em grande parte a responsável por me sentir afastado de tudo, por passar a impressão de que não estou lá, na realidade. os outros percebem.
quero combatê-la. só não sei como.
por isso, tenho muito receio em sugerir qualquer mínima coisa, gesto ou atitude.
digo isso porque não consigo verbalizar, às pessoas que me rodeiam que para mim a distância entre ficção e realidade, literatura e palavra, gesto interpretado e gesto real é ínfima, quase composta apenas de ar.
por isso, sempre que me vejo nessa situação, gosto de transitar entre palco e plateia, teatro e bar (quando tem um bar), ficção e realidade. isso acaba perturbando alguns, incomodando os responsáveis pela peça como um todo, abrindo portas que não devem ser abertas.
mas sou disciplinado. antes da peça, é preciso concentrar-se, passar as cenas, aliviar as cordas vocais, alongar-se e fazer isso que o eldo chama de aquecimento leonino. faço e me contento com isso.
claro que tem o outro lado.
enquanto vivo, converso com gentes, encontro amigos, resolvo problemas, sinto como se tudo não passasse de mais uma ficção. não que eu interprete - assim como na peça, em que não me sinto interpretando, apesar de fazê-lo. simplesmente não se aplica, para mim, essa notação de realidade. real, é real. mas uma ficção.
essa sensação, porém, é em grande parte a responsável por me sentir afastado de tudo, por passar a impressão de que não estou lá, na realidade. os outros percebem.
quero combatê-la. só não sei como.
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