Ontem vesti e dormi com uma camiseta. É comum, de listras vermelhas e marrons, mangas curtas e pano bem simples. Mas ela é especialmente importante para mim.
Com ela, encenei minha primeira peça, a primeira que dirigi e em que atuei, Somente uma pequena prova de amor, em 2008, numa escola do Jabaquara. O Brunno Almeida Maia e o Raffael Fabrício Viana me ajudaram. O Brunno fez o papel principal, e o Raffa fez uma voz em off e a técnica. O Rycardo Moreno fez um papel lá atrás, deitado no palco, falando ao microfone. Eu atuei também, recitando um texto, o único que me cabia dizer à época (o Fugindo) - e que a Cris odiava, até hoje não sei bem por quê.
Mas este pequeno post não é para comentar sobre a peça.
A camiseta em questão, percebemos depois o Brunno e eu, combinava com as listras brancas e pretas da camiseta do próprio Brunno na peça. Elas, ambas as duas, remetiam a prisões, a grades em que os "personagens" se encontravam. Grades internas.
Não sei como, um fotógrafo profissional estava presente na ocasião, e ele tirou umas fotos minhas e do Brunno. As fotos ficaram bárbaras - aquela pose era a única que eu podia assumir na ocasião -, e serviram de base para umas colagens que eu pedi a um amigo - o Sandro Previato, dos créditos. A ideia era simples, manter os objetos da foto incluindo as fotos do WTC explodindo, dos jatos que bombardearam o La Moneda, no Chile, do Massafumi Yoshinaga, do brasileiro Charles, que morreu assassinado pela polícia na Inglaterra, e outros fatores, ainda.
Foi com ela que fiz ainda outra peça. A foto vai aqui.
Mas a camiseta é o que me tira do sério. Não consigo vesti-la sem lembrar-me de minha condição à época.
Por isso resolvi aposentá-la. A partir de agora, ela irá ficar pendurada no meu armário como lembrança de uma época. Com figurino para ocasiões em que eu permanecia fechado em mim mesmo, preso a grades que eu próprio construí. As grades de minha sensibilidade. Algo que eu precisava esconder para melhor existir para mim mesmo.
Eu ainda a visto, agora mesmo. Só por hoje.
Com ela, encenei minha primeira peça, a primeira que dirigi e em que atuei, Somente uma pequena prova de amor, em 2008, numa escola do Jabaquara. O Brunno Almeida Maia e o Raffael Fabrício Viana me ajudaram. O Brunno fez o papel principal, e o Raffa fez uma voz em off e a técnica. O Rycardo Moreno fez um papel lá atrás, deitado no palco, falando ao microfone. Eu atuei também, recitando um texto, o único que me cabia dizer à época (o Fugindo) - e que a Cris odiava, até hoje não sei bem por quê.
Mas este pequeno post não é para comentar sobre a peça.
A camiseta em questão, percebemos depois o Brunno e eu, combinava com as listras brancas e pretas da camiseta do próprio Brunno na peça. Elas, ambas as duas, remetiam a prisões, a grades em que os "personagens" se encontravam. Grades internas.
Não sei como, um fotógrafo profissional estava presente na ocasião, e ele tirou umas fotos minhas e do Brunno. As fotos ficaram bárbaras - aquela pose era a única que eu podia assumir na ocasião -, e serviram de base para umas colagens que eu pedi a um amigo - o Sandro Previato, dos créditos. A ideia era simples, manter os objetos da foto incluindo as fotos do WTC explodindo, dos jatos que bombardearam o La Moneda, no Chile, do Massafumi Yoshinaga, do brasileiro Charles, que morreu assassinado pela polícia na Inglaterra, e outros fatores, ainda.
Foi com ela que fiz ainda outra peça. A foto vai aqui.
Mas a camiseta é o que me tira do sério. Não consigo vesti-la sem lembrar-me de minha condição à época.
Por isso resolvi aposentá-la. A partir de agora, ela irá ficar pendurada no meu armário como lembrança de uma época. Com figurino para ocasiões em que eu permanecia fechado em mim mesmo, preso a grades que eu próprio construí. As grades de minha sensibilidade. Algo que eu precisava esconder para melhor existir para mim mesmo.
Eu ainda a visto, agora mesmo. Só por hoje.
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