Acabando de comprar o ingresso para ver pela segunda vez A Dama do Mar, de Bob Wilson, creio conseguir, aos trancos e barrancos, entender o choque que sofri com ele, a crise em que fui metido e a forma pela qual vislumbro uma saída. Admito, um pouco contra a minha vontade, que ele me deixou realmente chapado. Contei isso ao Loureiro e à turma da oficina. Mau de grana, mesmo assim comprei um novo ingresso. Preciso conferir pela segunda vez. Preciso. Vejo aqui em meu apartamento, folheando Lehmann, que Wilson é o encenador escolhido para a capa desse livro tão influente, sobre o teatro pós-dramático. E isso não parece ser à toa, até porque ele mesmo, o Lehmann, considera Wilson "o" exemplo desse tipo de teatro, presente entre nós a partir dos experimentos mundiais dos anos 70 e 80. Mas não é isso o que me faz dar tanta importância a ele, mas o fato de eu haver lido, já há vários meses, o livro do Galizia sobre o tal, Os Processos Criativos... etc., e haver-me convencido, pela ...