plateia novamente cheia, ontem a resposta foi similar à de 3a passada, em que o pessoal parecia mais, digamos, racional. riram ontem mais do texto do que de algum subtexto, mas houve também aquilo sobre o que falei com o Lucas Mayor: parece que muitas vezes a pessoa ri da gag sem necessariamente entrar no mérito do texto. algo em que o jeito de fazer faz a diferença. mas são hipóteses, apenas. à saída, o harry potter conversava com o marião e o celsão e aproximou-se dizendo que lê isto que escrevo. ele pareceu como que maravilhado com meu comprometimento com isto, com o teatro. realmente, se não fosse por ele não sei como seria. a vida, tirando ele, parece-me tão sem graça. o desafio de entrar no palco e tocar uma batuta que pode mudar a depender de ênfases determinadas é algo que nada consegue substituir. o diderot falava, sim, desse distanciamento que o ator assume, questionamento que outros retomaram, não me lembro bem quem nem como, mas diria que no meu caso esse distanciamento ajuda a tomar conta do momento mas não retira o gosto de saber-se objeto de resposta. à saída, como o público era menos de amigos e mais de público mesmo, não houve muita vontade de entrosamento com o ator, eu. não sei se é mesmo mais isso que me agrada. o social às vezes constrange, até porque fiquei com a marca do livro que a Gabriela Fortanell jogou na minha cara, e por isso tendo a achar que a calma do dever cumprido é o que satisfaz mais a mim mesmo.
Foto: Kenn Yokoi
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