Pular para o conteúdo principal

Plano Inclinado, com Vitrola Quântica

fui ao sesc pinheiros comprar um ingresso para quinta. eu tinha algum tempo. reparei que o saguão da entrada estava iluminado e pronto para alguma coisa. perguntei e um estrangeiro me disse que iria acontecer uma performance.

legal. fiquei.

apareceram cinco garotas, três pequenas, uma alta e uma mais cheinha deslizando como se fossem uma só massa pela entrada do prédio. entendi a sacada e eu achava que iria ser isso mesmo. não curti muito.

depois elas passaram a se provocar e a jogar com movimentos primeiro e bolinhas algumas. outras enredaram-se num elástico, a cheinha carregava pesos enormes, outra ainda fazia rasantes com patins, outra finalmente trabalhava com um bastão de aço.

não conseguiria descrever em detalhes o que aconteceu. só sei que sorri e ri também. sorrir e rir para mim são os sinais de que estou gostando, de que há algo aí para se reparar.

o coletivo é recente, de 2004, e tem feito apresentações em diversos lugares, o centro cultural por exemplo.

acho legal o trabalho de quem se propõe trilhar um caminho próprio. simpático. continuará mais algumas vezes.

destaco apenas determinados movimentos que, tal qual nas companhias orientadas pelo diogo granato, me fazem ter uma noção cômica dos movimentos de qualquer corpo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c