Assisti ao novo espetáculo dos Parlapatões no festival Cena Brasil Internacional 2012. O palco italiano de amplas dimensões do Teatro Sérgio Cardoso é aproveitado com telões ao fundo que recebem ora projeções de fundos, ora servem de marco para ilustrações bem-humoradas daquilo que surge por meio do texto.
A trama é simples, mas não cabe aqui reproduzi-la. Diria que ela dá margem ao uso de personagens ingênuos (assessor pau-mandado de senador), realistas (pequeno empresário em busca de uma saída), caricatos (policial araponga) e que fazem uso sempre bem-humorado de suas características especiais (o anão). Isso sem contar o senador que quer negar a qualquer custo a possibilidade de ser pego.
O texto, ágil, utiliza a construção de perfis, de pequenas tramas, de esquetes isoladas, de play-backs (reconstituição de crime), e de muitas saídas humorísticas à construção dos perfis. Tudo bem simples, fácil de pescar e que não leva a pensar muito. Entra-se na trama, que é o que importa. A peça se propõe tratar um tema chato (corrupção) pela via humorística e dá margem a boas risadas, sem com isso deixar de tocar aspectos incômodos. Tudo é tão Brasil...
A encenação no festival teve alguns atropelos de meios (projeções indevidas) e um ou outro esquecimento, mas nada que atrapalhasse a encenação. Um espetáculo mediano, com atuações simpáticas de todos os envolvidos. Não digo simpático por querer dizer outra coisa. Digo simpático porque foi mesmo simpático. Impossível sair da plateia sem curtir o que acontece. Mas não posso dizer que corrobore a tradição da companhia (por puro desconhecimento). Agora o espetáculo passa na sede da companhia, na praça Roosevelt.
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