Esta terça, 24 de
junho, ocorreu a sexta apresentação de cenas das Garotas do Contrera e Cia. No
caso, foi uma cena que eu fiz especialmente para a Raquel Cantanho e o Cézar
Hiraki Velázquez, que se prontificaram em deixá-la pronta em uma semana.
Fizemos dois ensaios (comigo) e eles ensaiaram várias vezes sozinhos.
A apresentação se deu
com trilhas (que eles trouxeram), para antes e depois da cena, e eles seguiram,
e conseguiram fazer, quase todas as indicações que eu lhes dei. Eles se saíram
superbem e várias pessoas elogiaram posteriormente.
Mas houve algo
diferente, também. O tom final da cena, com as trilhas, escapou em grande parte
do que eu imaginava, mas, ainda mais importante, isso não importou tanto, pois
o tom meio tarantinesco resultante agradou bastante. Não que eu espere agradar,
mas isso mostrou, desta vez inadvertidamente, que não é necessário
necessariamente seguir o que digo ou fazer exatamente como imagino para que o
resultado final agrade a nós e a quem assiste. Mas eles, a Raquel e o Cézar,
não buscaram isso: simplesmente apostaram em nossa sensibilidade e o resultado
foi meio outro, mas mesmo assim interessante. Mas houve o trabalho conjunto, e
isso foi o que importou. Não acredito em que uma andorinha faz verão: o grupo
só irá funcionar com coletividade, sendo eu apenas a pessoa que busca alguns
rumos e que dirige na medida do necessário. Claro, as cenas sou eu quem as
escrevo e eu quem as atribuo, o que me dá uma posição privilegiada, mas isso
não quer dizer que eu mande: como sempre digo, assim como para muitos,
importa-me satisfazer o ator-criador.
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