Eu nunca fiz o que se chama de leitura com minhas primeiras peças. Eu me lembro que a gente - o Raffa, o Brunno e eu, na maior parte das vezes - pegava o texto, decorava e pronto. Não havia o cuidado com a leitura. Na verdade, até hoje eu não sei muito bem para quê ela serve. Na oficina da Lulu, as cenas eram montadas ao bel-prazer dela, que pegava o que fazíamos, aproveitava ou descartava, a depender daquilo que ela via, e depois virava algo com falas, mas nunca com um texto final. As cenas a partir de um certo momento acabavam se tornando fixas, mas sempre era necessário um certo frescor para convencer a Lulu. As cenas que fizemos - e ainda fazemos - na oficina do Loureiro, que a partir de agora vai ficar mais esparsa, por problemas de grana e agenda, foram conduzidas de forma mais tradicional. Elas eram apresentadas, o Loureiro concordava ou não com elas, dava algumas orientações, a coisa se formava, ele pedia para fixar o texto, as falas, no caso, e depois era necessário manter u...