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leitura e a destruição dos liames

no número que vem de antro positivo (antropositivo.blogspot.com), do amigo ruy filho, vocês irão ler a gabriela mellão e eu comentarmos a peça da vera sala e luiz paetow, corpos ilhados, apresentada há alguns dias no viga.
não vou comentar os comentários. irei apenas dizer-lhes que estou lendo as peças de samuel beckett, de eugene webb, e percebendo o quanto eu estava certo em notar que só dialogando com ele, beckett, eu poderia me satisfazer em viver no tempo em que vivo. deixando algo para trás.
em algo a leitura me desagrada, que é o inevitável destrinchamento desse que sempre me pareceu um enigma - como em priscas eras era o bacon, o pintor; mas em muito a leitura compensa esse desvelamento. pois amplia os âmbitos, não os achata com base na razão. dá-me mais e mais vontade de ler os clássicos de filosofia, e os outros que nos engolem aqui neste século em polvorosa.
prestes a passar a barreira das 19h - estou compensando atrasos -, penso também na necessidade de independer o quanto antes dos outros que me prendem até sem querer em seus laços, refiro-me às influências ou aos liames construídos pela emoção. pois pelo mesmo fato de não conseguir acessar facilmente a emoção é que eu preciso escapar, sair correndo por aí. algo que irei fazer daqui a pouco.
por enquanto vejam na capa do blog uma foto rara do espetáculo da vera sala e do luiz paetow. faltou a luz. a tão importante luz. enquanto isso, corremos em busca do próprio rabo.

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