a palavra é viscosa demais para assumir o lugar de areia, areia do mar, da praia, dos montes, desertos. a palavra é também petulante demais para querer assumir qualquer parte do gesto, qualquer gesto, do mais sutil ao mais audacioso. do gesto sai um germe de vida, da palavra uma desculpa para parar. a palavra é amorfa demais para ocupar a ociosidade da pedra e superar o ruído da terra. o golpe da pedra destrói o equilíbrio nervoso, já a palavra extermina o que vê, analisa, transcende. a pedra continua, a palavra mata o sujeito. a palavra permanece presa ao mundo, o ar escoa nos seres. a sarah que voa dispensa lamúrias, assim como os gestos qualquer entendimento. mas o entendimento que ronda a palavra ameaça a não-palavra. "ah, quer dizer
que...", não, pois a graça então em não querer-SE dizer. o gesto trai e aí está sua graça. assim como a voz, ou o tom, ou o grito, ou o resfolegar de uma sarah não mais aqui. ameaças pairam no mundo de sarah. em seu lugar não há nada, e por isso as palavras não cedem. querem entrar. eu não vou deixar. não vou deixar. não me digam que a palavra fica. não fica. e não deixo.
que...", não, pois a graça então em não querer-SE dizer. o gesto trai e aí está sua graça. assim como a voz, ou o tom, ou o grito, ou o resfolegar de uma sarah não mais aqui. ameaças pairam no mundo de sarah. em seu lugar não há nada, e por isso as palavras não cedem. querem entrar. eu não vou deixar. não vou deixar. não me digam que a palavra fica. não fica. e não deixo.
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