Diversas novas abordagens e questões foram levantadas pelo espetáculo desse dia. Durante os ensaios de 2006 de Terra em Trânsito, o autor/diretor insistia na ênfase em entonação, dica constantemente repetida durante os workshops de 2007. Tais ênfases conduzem o espectador a um novo nível de convicção: mais terra-a-terra, às raízes dos problemas. A atriz presa é uma carioca da gema perdida em referências que não consegue digerir (muito menos compreender), esvaziada de convicções (mantendo apenas a energia), morta por antecipação à espera do momento que para ela nunca chega (o canto de Isolda). O texto foi feito para Fernanda Montenegro, constituindo-se assim numa soberba brincadeira a quaisquer estrelismos. No espetáculo de 28/08, penúltimo da temporada, o entrosamento (mudo) da atriz com o cisne, num suspense sem razão de ser, teve também nova dinâmica, muito mais ágil que de costume, assim como os rompantes de indignação (falsa) e de pasmo. Especial dessa vez foi a cena de sexo virtual com o cisne, assoberbando o conteúdo dramático do texto num timing perfeito, como numa transa real, muito engraçada. Um problema continuou sendo o uso de risadas da platéia como bengala com a qual visa-se suportar certa insegurança ou carência de retorno (imaginária - pois o público permanece realmente atento) por parte do público.
Mais enxuta, em Rainha Mentira foi adotado um formato de maior coesão (nesse dia) e menor complexidade. A decupagem de trechos na música e a retirada de blocos inteiros de não-ditos (reduzindo o tempo do enigma) tornaram a peça mais agitada e menos soturna. Na cena final, o menor tempo possibilitou centrar o foco na fala em off, assim como na conexão entre as atuações apresentadas, sem a corriqueira dispersão de atenções. Houve certa dispersão em alguns momentos da atuação de Luciana Fróes (timing não correspondia perfeitamente à trilha), embora isso possa ter sido proposital por parte do diretor, sem que isso contudo comprometesse muito. Uma temporada mais longa permitiria claramente atingir muito maior número de pontos incontroversos de excelência.
Mais enxuta, em Rainha Mentira foi adotado um formato de maior coesão (nesse dia) e menor complexidade. A decupagem de trechos na música e a retirada de blocos inteiros de não-ditos (reduzindo o tempo do enigma) tornaram a peça mais agitada e menos soturna. Na cena final, o menor tempo possibilitou centrar o foco na fala em off, assim como na conexão entre as atuações apresentadas, sem a corriqueira dispersão de atenções. Houve certa dispersão em alguns momentos da atuação de Luciana Fróes (timing não correspondia perfeitamente à trilha), embora isso possa ter sido proposital por parte do diretor, sem que isso contudo comprometesse muito. Uma temporada mais longa permitiria claramente atingir muito maior número de pontos incontroversos de excelência.
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