os comentários da ana peluso me acordaram, há alguns dias, face a tarefa de jogar a bola pra frente nos espetáculos do gerald. e agora topo a parada.
tendo visto sei lá quantas vezes Terra em trânsito, decorado partes, agasalhado novas sacadas, a emoção em mim sempre surge quando a fabi, divina quase sempre, diz "esta é a terra em trânsito, sempre em movimento", etc., e surge a ária (é ária?) de tristão e isolda, quando isolda grita um grito desumano, e fabi morre no próprio grito, engolindo a si mesma, nesse egolatrismo desmedido de quem se vê sempre no centro de um tudo que é nada.
mas eis que em rainha mentira o papo é outro, todo um lamento, toda uma queda, diversas quedas, aliás, todo um lamento de um filho que se admite fraco, e põe fraco nisso, face a história de uma mãe perseguida por tramas e tramas, e dores, sabendo-se para sempre culpado. por quê? pois entre eles havia, sempre houve, também uma lacuna, uma parede, um sei lá, um inominável. um inominável que faz o filho escrever, e encenar, e recuperar a história da mãe.
contrapontos não valem aqui, o que importa é que, se em terra em trânsito a escapatória não existe, em rainha mentira ao menos há a assunção de lamentos, a encarnação pela fabi de uma mãe que apenas podemos imaginar, está morta, morreu em 7 de agosto de 2006, e que agora tornou-se o encanto de uma peça.
em terra em trânsito a desesperança está na própria circularidade do universo em chamas, em rainha mentira as lágrimas sobem e somem, e embora as torres permaneçam na lembrança é a trajetória de sofrimento, um sofrimento honesto, que se torna eterna. até há pouco, rainha mentira estava encalacrada em meu feeling, dado que não aceitava, em mim, jogar a peteca para trás, para aqueles que nos geraram, em bens e males, mas agora, com o gerald, sou mais uma vez provocado a voltar, a retornar àquilo que ouso não avaliar, como homem feito.
obrigado, gerald, querido.
Contrera
tendo visto sei lá quantas vezes Terra em trânsito, decorado partes, agasalhado novas sacadas, a emoção em mim sempre surge quando a fabi, divina quase sempre, diz "esta é a terra em trânsito, sempre em movimento", etc., e surge a ária (é ária?) de tristão e isolda, quando isolda grita um grito desumano, e fabi morre no próprio grito, engolindo a si mesma, nesse egolatrismo desmedido de quem se vê sempre no centro de um tudo que é nada.
mas eis que em rainha mentira o papo é outro, todo um lamento, toda uma queda, diversas quedas, aliás, todo um lamento de um filho que se admite fraco, e põe fraco nisso, face a história de uma mãe perseguida por tramas e tramas, e dores, sabendo-se para sempre culpado. por quê? pois entre eles havia, sempre houve, também uma lacuna, uma parede, um sei lá, um inominável. um inominável que faz o filho escrever, e encenar, e recuperar a história da mãe.
contrapontos não valem aqui, o que importa é que, se em terra em trânsito a escapatória não existe, em rainha mentira ao menos há a assunção de lamentos, a encarnação pela fabi de uma mãe que apenas podemos imaginar, está morta, morreu em 7 de agosto de 2006, e que agora tornou-se o encanto de uma peça.
em terra em trânsito a desesperança está na própria circularidade do universo em chamas, em rainha mentira as lágrimas sobem e somem, e embora as torres permaneçam na lembrança é a trajetória de sofrimento, um sofrimento honesto, que se torna eterna. até há pouco, rainha mentira estava encalacrada em meu feeling, dado que não aceitava, em mim, jogar a peteca para trás, para aqueles que nos geraram, em bens e males, mas agora, com o gerald, sou mais uma vez provocado a voltar, a retornar àquilo que ouso não avaliar, como homem feito.
obrigado, gerald, querido.
Contrera
Comentários