o strasberg gasta um livro inteiro falando, em um sonho de paixão, sobre como o ator pode vestir o personagem de tal forma que este apareça com frescor em toda apresentação. isso após comentar o desempenho de titãs da época em que o método, a partir de stanislavski, estava ainda sendo rascunhado.
é curioso, mas no caso que experimento - um papel na peça dias e noites, do lucas mayor, dirigido pelo marião - por vezes o personagem se me escapa. eu preciso admitir que, no palco, em grande parte do tempo eu estou prestando mais atenção no que faço do que no que posso aparentar ou mesmo no que sinto do personagem que incorporo.
minha memória é fraca, acho, e por isso tão logo faço uma fala, qualquer uma, desde já viajo em mim mesmo tentando não errar na fala seguinte. pode parecer estúpido ou mesmo despropositado, mas fato é que a maior parte do tempo estou fora do diálogo. manipulo a mim mesmo como um objeto. claro que penso naquilo que posso estar passando para quem está me vendo, mas no geral não dá tempo. há demais com que se preocupar. daí entendo o sangue frio que parece existir no ator enquanto profissional. ele está e não está. está TANTO que precisa NÃO ESTAR para ESTAR.
anteontem alguém ficou tirando fotos com flash no meio da peça. a helena me avisou. eu tive que me concentrar e dar tudo o que podia. não fiz mal. a toty falou que foi ótimo. como eu disse antes, a plateia anteontem estava não diria fria, diria mais racional e sarcástica. ria do que não parecia haver fundamento para rir. no meu caso em particular foi boa. havia uma risada cínica rondando o tempo todo da minha cena com a helena e a gabi. mas como disse eu não podia prestar atenção.
o marião me disse faz alguns dias, em um dos ensaios, que iria me passar mais dicas para aprofundar o meu personagem. não sei se estou fazendo tudo tão bem quanto deveria, apesar das risadas, mas continuo tentando.
a vida é isso. tentar.
já conseguir é outra coisa.
é curioso, mas no caso que experimento - um papel na peça dias e noites, do lucas mayor, dirigido pelo marião - por vezes o personagem se me escapa. eu preciso admitir que, no palco, em grande parte do tempo eu estou prestando mais atenção no que faço do que no que posso aparentar ou mesmo no que sinto do personagem que incorporo.
minha memória é fraca, acho, e por isso tão logo faço uma fala, qualquer uma, desde já viajo em mim mesmo tentando não errar na fala seguinte. pode parecer estúpido ou mesmo despropositado, mas fato é que a maior parte do tempo estou fora do diálogo. manipulo a mim mesmo como um objeto. claro que penso naquilo que posso estar passando para quem está me vendo, mas no geral não dá tempo. há demais com que se preocupar. daí entendo o sangue frio que parece existir no ator enquanto profissional. ele está e não está. está TANTO que precisa NÃO ESTAR para ESTAR.
anteontem alguém ficou tirando fotos com flash no meio da peça. a helena me avisou. eu tive que me concentrar e dar tudo o que podia. não fiz mal. a toty falou que foi ótimo. como eu disse antes, a plateia anteontem estava não diria fria, diria mais racional e sarcástica. ria do que não parecia haver fundamento para rir. no meu caso em particular foi boa. havia uma risada cínica rondando o tempo todo da minha cena com a helena e a gabi. mas como disse eu não podia prestar atenção.
o marião me disse faz alguns dias, em um dos ensaios, que iria me passar mais dicas para aprofundar o meu personagem. não sei se estou fazendo tudo tão bem quanto deveria, apesar das risadas, mas continuo tentando.
a vida é isso. tentar.
já conseguir é outra coisa.
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