Pular para o conteúdo principal

Oxigênio (Ivan Viripaev)

Pouco a dizer. Não consegui entrar na peça.
Muito texto, muito, muito, quase demais. Referências à fé, à violência do trato com o outro, à busca desesperada por algum sentido, à contemporaneidade líquida (Bauman, aqui?).
Muito movimento, rock básico, efeitos mínimos de luz, tudo meio chapado. No fundo, não gostei.
Mas entendo que ando meio por fora do panorama mundial e daquilo que a arte contemporânea pode querer dizer. Talvez seja só eu mesmo por fora. Talvez a leitura para outros seja bem mais palatável. Para mim, foi difícil. Também porque lembrei-me dela repetidas vezes. Muitas vezes.
Não supero, não superei, ainda.
Ficou a superficialidade do comentário. Outro dia, outro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm...

4.48 Psicose (peça de Sarah Kane, tradução de Laerte Mello)

Há realmente algo de muito estranho e forte nesta última peça da Sarah Kane. E não é porque ela se matou em seguida, aos 28 anos. O assunto é claro desde o começo: uma depressão mortal. É como se fosse um testamento. Muitos lados da questão são expostos de forma esparsa - não sei se todos nem se isso afinal é possível -, e ao final da leitura a gente fica com um sabor amargo na boca. Dá vontade de reler, muito embora passe o desejo de decifrar. Isto torna-se secundário, aqui. Há algo que permanece, e creio que isso se deva à qualidade do que é feito e à integridade do que é dito. Pego por exemplo, já na primeira página: "corpo (...) contém uma verdade que ninguém nunca fala". É óbvio do que se trata: da extrapolação do fisiológico, de uma lógica de que por mais que se tente diagnosticar "nunca se fala". Abre-se uma porta à compreensão disso que não sabemos muito bem o que é. A força de "Lembre-se da luz e acredite na luz/ Um instante de claridade antes da ...

Retorno

Volto a me aproximar do teatro. Heiner Muller diz mais a mim do que quase todos, pelas experiencias de vida. A cenografia hoje me parece distante, quase artificial demais. Shakespeare eu tenho de decifrar, e isso me incomoda. Prefiro outras traducoes das que tenho. O cinema me atrai pelas possibilidades, mas me parece falseado, pouco documentado, distante do real.