Texto: Ótimo, derivado de entrevistas com vendedoras de porta-em-porta (facilitadas pela Avon, patrocinadora), consistentemente afastando-se de tratar situações corriqueiras como clichês e propositadamente abusando de clichês (especialmente referidos ao aspecto das simpatias), com efeito empático eficaz e extremamente simpático. Não restrito ao universo do público esperado (classe média). Certo abuso, em diversas ocasiões, do estilo sincopado da fala verbal (especialmente nos personagens masculinos). Uma ressalva: o predomínio acachapante dos monólogos e de sketches, que chega por vezes a cansar, quase pedindo o descanso para uma cena de maior fôlego e profundidade (que não acontece).
Cenário: Curioso e eficiente, limitado a armações móveis (paredes, portas, janelas) que separam ambientes, criam ambientações mais intimistas, servem de enquadramentos e meios de fachos de luz e dão textura à peça e a cenas em particular. Um dos diversos pontos altos do espetáculo.
Atuações: Empáticas sem exceção, com destaque a Ana Andreatta (cuja cumplicidade aparente chega a fazer do espectador quase um membro da equipe), Leandra Leal (esp. quanto ao perfil da mocinha vítima de abusos na infância), Luciana Carnieli (a aconselhadora matrimonial é um dos pontos fortes do espetáculo como um todo) e Maurício Marques (apesar das caracterizações um pouco redundantes). Xuxa Lopes, muito bem, acaba prejudicada pelos perfis depressivos de suas personagens, extremamente queixosa, o que termina por distanciar o espectador (talvez requeresse um contraponto positivo).
Coreografia: Interessante, em especial nas cenas mudas. Alguns exemplos: a dança trabalhadeira das mulheres, reproduzindo movimentos costumeiros (lavar, passar, enxugar o suor, etc.) que perpassam o caráter masculinizante da atual sociedade. Nota-se alguns problemas na dança das descascadoras de laranjas, nos monólogos a dois dos homens. Diversas soluções interessantes (uma delas, consistindo nos rodopios na cena de exposição dos produtos).
Direção: Exata e certeira sem ser cansativa.
Obs.: O ingresso foi cortesia da Avon, a mim e minha mãe, que aliás gostou também muito do espetáculo. A Cris trabalha na Avon.
Cenário: Curioso e eficiente, limitado a armações móveis (paredes, portas, janelas) que separam ambientes, criam ambientações mais intimistas, servem de enquadramentos e meios de fachos de luz e dão textura à peça e a cenas em particular. Um dos diversos pontos altos do espetáculo.
Atuações: Empáticas sem exceção, com destaque a Ana Andreatta (cuja cumplicidade aparente chega a fazer do espectador quase um membro da equipe), Leandra Leal (esp. quanto ao perfil da mocinha vítima de abusos na infância), Luciana Carnieli (a aconselhadora matrimonial é um dos pontos fortes do espetáculo como um todo) e Maurício Marques (apesar das caracterizações um pouco redundantes). Xuxa Lopes, muito bem, acaba prejudicada pelos perfis depressivos de suas personagens, extremamente queixosa, o que termina por distanciar o espectador (talvez requeresse um contraponto positivo).
Coreografia: Interessante, em especial nas cenas mudas. Alguns exemplos: a dança trabalhadeira das mulheres, reproduzindo movimentos costumeiros (lavar, passar, enxugar o suor, etc.) que perpassam o caráter masculinizante da atual sociedade. Nota-se alguns problemas na dança das descascadoras de laranjas, nos monólogos a dois dos homens. Diversas soluções interessantes (uma delas, consistindo nos rodopios na cena de exposição dos produtos).
Direção: Exata e certeira sem ser cansativa.
Obs.: O ingresso foi cortesia da Avon, a mim e minha mãe, que aliás gostou também muito do espetáculo. A Cris trabalha na Avon.
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