Minha trajetória de 8 anos no teatro, como espectador, resenhador, dramaturgo e ator nunca esteve tão tumultuada mas ao mesmo tempo tão enriquecida, e minha passagem pela oficina da Confraria da Paixão foi, nesse processo, absolutamente determinante. Para que eu consiga vislumbrar, para mim, o que acontece, e, para os outros, aquilo sobre o que reflito, é necessário realizar um sobrevôo na paisagem complexa e rarefeita do teatro visto e experimentado, com paixão e profundidade, nos últimos anos. Provavelmente ao contrário da imensa maioria dos interessados pela arte teatral, não comecei no ramo pelos princípios básicos, mas guiado à distância pela mão de um dos três mais importantes encenadores do país das últimas décadas, Gerald Thomas. Seria um despropósito tentar explicar como isso se deu, uma história belíssima. Só digo que pude acompanhar seu processo por 4 meses, como fantasma, e ser jogado sem rede de proteção no palco – lugar onde decidi ficar. A vanguarda possível havia fic...
Foto: Kenn Yokoi