sobre o teatro de gerald thomas
ninguém que o conheça minimamente pode negar que o gerald seja sensível. ele é SUPERsensível.
por exemplo, ele percebe antes do que qualquer outro uma leve mudança do ar condicionado.
mas ele reaje violentamente. grita, mandando que o ar seja mexido.
esse é outro aspecto do gerald que ninguém nega: seu modo de ser violento. não propriamente fisicamente - embora até fisicamente -, mas de uma agressividade latente.
os textos do autor gerald são de uma incontornável tendência às remissões. ora isso remete ao fausto, ora isto remete a beckett, ora a julian beck, etc. e muitas dessas remissões remetem a movimentos, momentos atuais. ninguém nega também que para gerald a política e a política dos corpos possua interesse especial. política dos corpos, aquela de foucault.
guantánamo
o gerald não se convence com guantánamo, com o fato de o SEU PAÍS (o dele, os estados unidos) terem idealizado essa prisão-modelo, em que se prende quem não se tem autorização para prender, em que se tortura quem não existe mais para qualquer nação, em que se mantém sem direito a julgamento legítico quem talvez tenha cometido o único pecado de estar no lugar errado na hora errada.
gerald havia reclamado para si a autoridade moral de questionar o governo bush naquela peça em que a fabi conversa com um ganso, esperando até este maturar. agora, gerald continua com guantánamo na cabeça. é a tortura. a tortura é algo indefinível, é certo. e a tortura dialoga com a morte, com essa que sempre ousamos manter ligada apenas a profissões admiráveis, como a medicina ou a... polícia. sim, à violência. nós, já nós, não questionamos mais a morte. deixamo-la ali, num espaço em branco, como um fait divers da vida de qualquer um. morre em são paulo o jornalista e autor de teatro etc.
concreto
a arte concreta é a que gerald coloca em seu lugar, um lugar remetendo a nada, a simples peso, em seu bait man, pelo menos no que dá pra depreender do seu trecho, aqui colocado. a arte concreta que vislumbrava um outro contato, e que levou apenas a um muro de concreto, uma espécie de decifra-me ou te devoro que nem decifra nem devora.
o tempo das obras inacabadas ou incompreendidas prende as obras de gerald thomas a um tempo de outrora que não acha mais interessados, ou cujos interessados agora possuem mais e mais enigmas que não levam a qualquer lugar e que por isso perdem todo o interesse ao vulgo leigo ou ao leigo vulgo. daí que não queremos mais saber por que... ou queremos saber mais o por que da novela das oito, essa repleta de gente querendo se vingar sem que saibamos direito por quê...
contrera
ninguém que o conheça minimamente pode negar que o gerald seja sensível. ele é SUPERsensível.
por exemplo, ele percebe antes do que qualquer outro uma leve mudança do ar condicionado.
mas ele reaje violentamente. grita, mandando que o ar seja mexido.
esse é outro aspecto do gerald que ninguém nega: seu modo de ser violento. não propriamente fisicamente - embora até fisicamente -, mas de uma agressividade latente.
os textos do autor gerald são de uma incontornável tendência às remissões. ora isso remete ao fausto, ora isto remete a beckett, ora a julian beck, etc. e muitas dessas remissões remetem a movimentos, momentos atuais. ninguém nega também que para gerald a política e a política dos corpos possua interesse especial. política dos corpos, aquela de foucault.
guantánamo
o gerald não se convence com guantánamo, com o fato de o SEU PAÍS (o dele, os estados unidos) terem idealizado essa prisão-modelo, em que se prende quem não se tem autorização para prender, em que se tortura quem não existe mais para qualquer nação, em que se mantém sem direito a julgamento legítico quem talvez tenha cometido o único pecado de estar no lugar errado na hora errada.
gerald havia reclamado para si a autoridade moral de questionar o governo bush naquela peça em que a fabi conversa com um ganso, esperando até este maturar. agora, gerald continua com guantánamo na cabeça. é a tortura. a tortura é algo indefinível, é certo. e a tortura dialoga com a morte, com essa que sempre ousamos manter ligada apenas a profissões admiráveis, como a medicina ou a... polícia. sim, à violência. nós, já nós, não questionamos mais a morte. deixamo-la ali, num espaço em branco, como um fait divers da vida de qualquer um. morre em são paulo o jornalista e autor de teatro etc.
concreto
a arte concreta é a que gerald coloca em seu lugar, um lugar remetendo a nada, a simples peso, em seu bait man, pelo menos no que dá pra depreender do seu trecho, aqui colocado. a arte concreta que vislumbrava um outro contato, e que levou apenas a um muro de concreto, uma espécie de decifra-me ou te devoro que nem decifra nem devora.
o tempo das obras inacabadas ou incompreendidas prende as obras de gerald thomas a um tempo de outrora que não acha mais interessados, ou cujos interessados agora possuem mais e mais enigmas que não levam a qualquer lugar e que por isso perdem todo o interesse ao vulgo leigo ou ao leigo vulgo. daí que não queremos mais saber por que... ou queremos saber mais o por que da novela das oito, essa repleta de gente querendo se vingar sem que saibamos direito por quê...
contrera
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