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valores?


as últimas semanas tenho passado indo na oficina da confraria da paixão, do luiz.
interessante este tempo tem sido no sentido de me mostrar que não existe nada acima ou abaixo em questão de teatro. existem coisas melhores e piores, claro. mas nada, em termos de julgamento de valor - na integridade do teatro -, pode, de antemão ou a posteriori, ser colocado entre os espetáculos. importa o espetáculo. importa que haja integridade no que é feito. importa que a gratuidade, se houver, seja entendida em si mesma, e não em comparação com algo que esteja na mente de quem vê.
não sei se me faço entender.
o gosto não é o critério. e nem a razão. só mesmo o espetáculo. só ele para dizer.

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Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

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